1 texto por dia / An apple a day
Resolvi externar meus sentimentos. De uma maneira em que possa externar e também expor minhas idéias a respeito deles, do mundo ao meu redor, do que sinto a respeito de tudo isso. Falar dos turbilhões e dos maremotos que me acometem os pensamentos, todos os dias, e junto expelir meus monstros e medos em forma de textos. Por que não?? Por que nunca tentei isso antes?
Hoje acordei confuso, mais uma vez, o pensamento dilacerado em milhares de pequenas partes, cada uma com vida própria e, ao que parece, ditando regras e pautando meus sentimentos ao longo do dia. Só quando estou fragilizado me deixo levar pelos pensamentos. Quando estou forte, nem penso, ajo irracionalmente e com o coração e quase sempre isso dá certo. Toda vez que tento ser racional: eu erro! É confuso isso… sim, é atormentador e confuso! E quando nada mais me satisfaz, o que devo fazer?? Tenho medo do salto, de mover as peças no tabuleiro gigante da vida, de mudar tudo… mesmo amando fazer isso e todas as vezes que isso me aconteceu foram boas, então, de onde vem o medo? De onde vem esse impasse que sinto e me atormenta o peito, a cabeça, o corpo inteiro. Não sei dizer. Mal sei sentir, pois tudo se confunde aqui dentro, é algo que vem do nada e me toma em cheio e por inteiro, inundando meus pensamentos como as comportas de uma represa prestes a transbordar. Por vezes, muitas delas, eu explodo. E rompo as comportas nas piores horas possíveis. Não há como conter a força das águas, sejam elas internas ou externas.
Ontem, antes de dormir, fui olhar no instagram e a vida me deu um soco na cara! Vi uma foto que rompeu com minhas frágeis estruturas. As comportas correndo perigo de novo, meu peito prestes a explodir de novo. Eu, prestes a enlouquecer outra vez, por conta de meus medos e dos tantos muros que construí ao meu redor para me salvar, sabe-se lá de que. Deixei de fazer algumas coisas nos últimos tempos que me atormentam, fiz outras que me atormentam também, e procrastino em cima de diversas decisões que poderiam mudar drasticamente a minha vida. Principalmente no campo amoroso, sentimental, e isso aconteceu quase todo o tempo. E agora, de uns três anos para cá, passei a desconfiar do sentimento das pessoas em relação a mim, o que só piorou tudo. Porque passei a sentir medo. Medo de co-habitar e de trocar experiências como fazia antes. Me recolhi. Me estranhei. Tentei me reconhecer, mas nada adiantou ou voltou a ser como antes. A muralha estava grande demais para ser transposta, é preciso agora um salto imenso para poder transpor tanta desconfiança que sinto do mundo, do muro e das pessoas.