Confusões e Sentimentos
Quem nunca teve sentimentos confusos? Quem nunca foi pego de surpresa pela aflição de um sentimento confuso, daqueles que vem como uma onda forte e que leva tudo, depois recua e silencia, esperando a próxima "pancada".
Dias atrás uma dessas ondas me acometeu, me tomou os pensamentos como quem toma um grande caixote no mar e fica envolto na penumbra movediça desse mar revolto de sentimentos, desejos, pensamentos. Como imaginar o que o outro quer? Como sentir o impalpável? Como medir a fala?
É tudo tão complexo. Ainda mais quando há desejo de conhecer o mais profundo do outro, mas não há a mínima intimidade construída. Breves palavras soltas num chat qualquer, suspiros eletrônicos. Nada de olhares, nada de respiração, nada de toques ou gestos. Apenas telas frias, corações distantes. O que pensar? O que sentir? Impossível mensurar qualquer tipo de sentimento numa situação dessa, por isso, é compreensível a confusão de sentimentos, até mesmo o atropelo. Houve um olhar, houve uma troca, faíscas soltaram no ar (deu para ver e sentir), mas ela já ficou distante e os dias acabam se encarregando de dissipar qualquer novo rompante de ilusão ou desejo. Qualquer novo pensamento ou sentimento inexistente, porque não se cria o que (ainda) não existe.
O silêncio acaba sendo a melhor resposta.